Meu tio era casado com uma mulher que tinha uma câmera digita daquelas pequenas e cinzas. Era bastante pesada, mas bombava nos eventos de família. Eu, como sempre, com ela na mão, saía tentando registrar tudo o que eu via. Pedimos o equipamento emprestado tantas vezes, que ficou constrangedor, e foi aí que minha tia decidiu comprar uma só pra gente. Imagine a minha felicidade. A nossa tinha a mesma cor, mas era muito mais bonitinha e não parecia com um tijolo. Lembro que, quando minhas amigas e eu decidíamos fazer noite do pijama, eu levava a câmera e ficávamos horas fazendo pose na frente do espelho. No dia seguinte, era certo as fotos serem editadas no Photoscape e carregadas para o Orkut, em um álbum só pra elas.
Certo dia, eu quebrei a câmera. Ela caiu e ficou com um problema no zoom, o que me fez chorar muito (detalhe: a câmera nem era minha). Minha tia logo levou ao conserto, mas, pouco tempo depois, ela continuou dando o mesmo problema. Até que a paixão passou um pouco. Ficamos sem câmera por uns bons anos. Isso não quer dizer que eu parei de fotografar, muito pelo contrário, mas não era com a mesma intensidade que antes. Até meu número de fotos no orkut diminuiu, eu cresci e fui afunilando o que eu realmente queria fazer da vida, e, naquele momento, fotografar não era algo que eu via para o futuro.
Certo dia, minha tia ganhou a primeira câmera semiprofissional. Era uma sony cyber-shot, preta. Até hoje ela tem, inclusive, mas não faz tanto uso. Por uns bons longos anos, eu era quem mais usava. Foto pro intagram, facebook, whatsapp...até que eu comecei a me imaginar com a minha própria câmera. Uma mais profissional do que a da minha tia. Uma Canon (ou Nikon?). Comecei a ver vídeos, reviews...e cheguei na bebê que eu tenho hoje, e que me faz tão feliz, que me ajuda a crescer e a amadurecer nesse ramo que, hoje, eu vejo que não é passageiro.
A Canon t5 agora é a que captura os sorrisos da minha família. É a que possibilita com que eu congele certos momentos. E eu sou muito agradecida por ter tido uma oportunidade financeira de comprar minha câmera de entrada com meu próprio dinheirinho. Mas, apesar de tanta história, eu sinto a necessidade, não de trocar de câmera, mas fazer um Update. Vou sim comprar outro modelo da Canon, e não pretendo deixar minha velha t5 de lado, mas restringir seu uso.
Não pretendo vendê-la, eu tenho um apego emocional muito grande para que eu consiga fazer isso. Vou guardá-la o suficiente para que minhas próximas gerações saiba como e com o quê eu comecei.
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